A história dos Shanenawa conta que seu povo surgiu de um cesto mágico, de onde saíram diferentes povos, representados por penas de aves e morcegos. O primeiro a surgir foi o povo branco, seguido pelos povos indígenas, incluindo os Shanenawa. Inicialmente, viviam às margens do rio Juruá e enfrentavam conflitos com outros grupos. Uma disputa interna, relacionada a mulheres, dividiu o povo: parte migrou para o Peru e outra se estabeleceu nos rios Tarauacá e Muru. O primeiro contato com brancos ocorreu por meio de seringueiros. O avô de um dos narradores descreve o encontro inicial, que envolveu trocas comerciais, como chapéus e tabaco por carne e outros produtos indígenas. Os Shanenawa foram forçados a trabalhar nos seringais, começando pelo Seringal Simpatia, onde seringalistas paulistas tentaram escravizá-los. Insatisfeitos, mudaram-se para o Seringal São Francisco e, posteriormente, para a região de Feijó. Lá, o seringalista Valdemar Probem permitiu que morassem em suas terras, beneficiando-se de seus cultivos. Mais tarde, o governador Joaquim Falcão Macedo cedeu uma área maior de terra para os Shanenawa, consolidando sua presença antes mesmo da existência da FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).
A cultura dos Shanenawa, cujo nome significa “povo do pássaro azul”, é profundamente ligada à natureza e à espiritualidade. Embora o português seja a língua predominante entre eles, a comunidade está empenhada em preservar sua língua nativa, que é ensinada e incentivada nas escolas indígenas. A modernidade, com tecnologias como TV e eletrônicos, além das mudanças na alimentação, tem influenciado a cultura, mas a escola e os rituais tradicionais desempenham um papel importante na preservação das tradições. Festivais como o Nuke Manuti Peyrani e eventos na Aldeia Shane Kaya oferecem experiências espirituais e culturais, integrando visitantes à sabedoria ancestral Shanenawa, reforçando a identidade e a autonomia desse povo, que combina modernidade e tradição em sua trajetória de resistência.
As tradições dos Shanenawa são ricas em espiritualidade e rituais que celebram sua conexão com a natureza. O mariri é uma de suas festividades mais marcantes, realizada no verão acreano, sem data fixa. Durante o evento, danças e cantigas tradicionais são acompanhadas por pinturas corporais e vestimentas ancestrais. A crença nos espíritos da floresta, especialmente no jusin tsaka, é central, sendo usada para educar as crianças. Além do mariri, há outras práticas culturais, como a disputa de cana-de-açúcar e competições de natação, que refletem a força e o orgulho desse povo em manter suas tradições vivas e vibrantes.
Os Shanenawa habitam a região centro-norte do Acre, especialmente à margem esquerda do rio Envira, no Município de Feijó. A estrutura social é baseada em famílias extensas e clãs, como Waninawa (povo da pupunha) e Kamanawa (povo da onça), com a liderança centralizada na figura do chefe. Decisões importantes são tomadas coletivamente em reuniões. Ao visitar, você terá a oportunidade de testemunhar essa organização social harmoniosa e participar de encontros comunitários que promovem a união e a cooperação.
A economia dos Shanenawa é baseada na agricultura de subsistência, cultivando macaxeira, milho, banana e amendoim. A caça e a pesca são limitadas, mas o artesanato, incluindo arcos, flechas, colares e cestas, é uma importante fonte de renda, comercializada pela Associação Shanenawa da Aldeia Morada Nova (ASAMN). Apoie a comunidade comprando esses belos produtos artesanais e conheça mais sobre as técnicas tradicionais de produção.
A religiosidade é marcada pela crença nos espíritos da floresta, os jusin, que podem ser benéficos ou maléficos. O mais temido é o jusin tsaka, que aparece à noite e é usado para disciplinar crianças. Eles utilizam a ayahuasca, chamada umi, em rituais que possibilitam a comunicação com espíritos ancestrais. Embora não haja xamãs na comunidade, os Shanenawa possuem uma rica medicina herbal e práticas de purificação. Após contatos com não-indígenas, alguns membros adotaram crenças cristãs.
A medicina tradicional é diversificada, incluindo tratamentos com ervas e a vacina do sapo, feita com veneno de phyllomedusa bicolor. A ayahuasca é usada tanto para fins espirituais quanto medicinais, mantendo a saúde física. Descubra os segredos dessa medicina ancestral e aproveite a oportunidade para aprender sobre os tratamentos naturais utilizados pela comunidade.
Os Shanenawa continuam a lutar pela preservação de sua identidade cultural e pelos direitos sobre suas terras através da Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira (OPIRE). Muitos estão engajados politicamente, participando ativamente dos processos políticos nacionais. Apoie esta causa importante ao visitar e aprenda mais sobre as iniciativas políticas e sociais em andamento.
Para chegar à Aldeia Shanenawa, você pode voar até Rio Branco, capital do Acre, e de lá seguir de carro até o município de Feijó. A partir de Feijó, a viagem continua por via fluvial pelo rio Envira até a aldeia. Esta jornada pitoresca é uma introdução perfeita à beleza natural da região e ao modo de vida dos Shanenawa.
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